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Por que sua empresa precisa de um programa de conscientização anti‑phishing (e como estruturá‑lo)

Outubro chegou, e com ele iniciamos o Mês da Conscientização em Cibersegurança — um movimento global que visa reforçar a importância da proteção digital dentro das organizações. Mais do que uma campanha de marketing ou uma data simbólica, essa é uma oportunidade estratégica para repensar processos, treinar equipes e fortalecer a postura de segurança das empresas frente às ameaças cada vez mais sofisticadas.

A cada ano, as ameaças digitais evoluem: phishing, ransomware, vazamento de dados, invasões por engenharia social, ataques baseados em inteligência artificial, e por aí vai. Não importa o porte da empresa ou o segmento de atuação — a exposição é real, e os riscos são altos.

Por isso, durante este mês, vamos publicar uma série de conteúdos com temas essenciais para ajudar líderes de TI e profissionais de tecnologia a fortalecerem suas defesas, engajar seus times e elevar a maturidade em cibersegurança da organização.

No post de hoje, o foco será o phishing, uma das táticas mais antigas — e ainda mais eficazes — utilizadas pelos cibercriminosos.

Neste artigo, você vai aprender:

  1. Por que um programa de conscientização anti‑phishing é essencial
  2. Quais componentes devem integrar esse programa
  3. Dicas práticas para implantação eficaz
  4. Orientações para líderes que desejam iniciar esse plano em suas empresas

Vamos nessa!

Saiba mais sobre a importância da segurança da informação neste artigo do nosso blog.

Por que vale a pena investir em um programa de conscientização anti‑phishing

Phishing ainda é o meio preferido dos atacantes

  • A maioria dos ataques bem-sucedidos começa com um e-mail ou mensagem fraudulenta que induz o usuário a clicar em link malicioso, inserir credenciais falsas ou baixar malware.
  • Estudos apontam que programas de conscientização reduzem substancialmente o índice de cliques em phishing simulados — uma empresa pode observar queda de até 60 % em erros após alguns ciclos. 
  • Segundo a CISA, um colaborador bem treinado pode detectar sinais sutis de phishing — urgência injustificada, remetente estranho, links dissimulados — antes que o dano aconteça. 

ROI (Retorno sobre investimento) e ganhos invisíveis

  • Além de evitar prejuízos diretos (roubo de dados, fraudes, tempo de recuperação), um bom programa gera menos incidentes, menos abertura de chamados de TI e mais maturidade organizacional.
  • Algumas pesquisas afirmam que simuladores de phishing com treinamento trazem retorno de investimento de dezenas de vezes o custo inicial.

Entenda como as 7 camadas da segurança digital trabalham em conjunto para reduzir riscos.

Cultura e postura de segurança

  • Mais do que um checklist técnico, o programa molda uma cultura de segurança — onde cada colaborador entende seu papel e compromisso.
  • Quando líderes participam ativamente, o impacto é ainda maior: o time percebe que segurança não é tema de “TI”, mas de negócio como um todo.

Componentes essenciais de um programa de conscientização anti‑phishing

Programa de conscientização Anti-Phishing

Um programa robusto vai além de enviar um treinamento uma vez. Ele deve contemplar pessoas, processo e tecnologia — trabalhando de forma integrada.

ComponenteO que é / por que é essencial
Avaliação inicial / diagnósticoFazer um levantamento do nível de maturidade atual — testes, entrevistas, gap analysis — para definir metas.
Conteúdo educativo e módulos de treinamentoExplicar o que é phishing, tipos (e-mail, SMS, voz), técnicas usadas, exemplos reais.
Simulações (phishing tests)Enviar e-mails simulados para medir a aderência prática e identificar colaboradores que precisam reforço.
Feedback e correçãoApós simulação, todos devem receber feedback — quem clicou vê o que errou, sem expor ou constranger.
Medição e indicadoresTaxa de clique, número de reportes a time de segurança, tempo até reporte, evolução mensal/trimestral.
Reforço contínuo e reciclagemUm único treinamento não basta. é necessário relembrar, atualizar e trazer novos cenários.
Comunicação e engajamentoPosters, newsletters, mini-desafios, quizzes curtos, cultura gamificada.
Governança e suporte executivoPatrocínio da diretoria, envolvimento da gestão, metas claras.
Integração com controles técnicosFiltros de e-mail, autenticação (MFA), anti-malware, DLP e sistemas de monitoramento compõem a defesa.

Veja como descomplicar a cibersegurança e engajar seus colaboradores com uma linguagem acessível.

Como estruturar e implantar um programa: passo a passo (versão operacional)

Aqui vai um roteiro prático para você, líder de TI ou gestor, montar um programa de conscientização anti‑phishing em sua empresa:

Passo 1: Diagnóstico inicial

  • Faça um levantamento: nível de conhecimento dos colaboradores, incidentes recentes, vulnerabilidades percebidas.
  • Realize uma simulação-base (baseline), sem aviso prévio, para ter um ponto de partida realista. 
  • Use questionários qualitativos e entrevistas com líderes de áreas críticas: finanças, RH, comercial.

Passo 2: Definição de metas e KPIs

  • Exemplos de metas: reduzir taxa de cliques para menos de 5 %; aumentar o reporte de e-mails suspeitos em 200 %; manter menos de 0,5 % de incidentes por trimestre.

Estabeleça periodicidade de medição (mensal, trimestral) e responsabilidades.

Passo 3: Desenvolver ou comprar conteúdo

  • Capacitações online (EAD), vídeo, slides interativos, quizzes e simulações gamificadas.
  • Inclua exemplos reais de phishing, contexto nacional (Brasil), setores similares.
  • Atenção: o conteúdo deve ser adaptado ao público interno (jargão, perfil, linguagem).

Passo 4: Rodar a primeira simulação

  • Use um e-mail “neutro”, com tema plausível (ex: “atualização de política interna”, aviso de RH).
  • Monitoramento discreto — quem abriu, quem clicou, quem reportou.
  • Não exponha nominalmente quem “falhou”. O objetivo é educar, não constranger.

Passo 5: Feedback e treinamento corretivo

  • Todos recebem um breve módulo explicando o que perceber (elaborar o que indicou) — idealmente “just-in-time”, logo após a simulação.
  • Para quem clicou, um mini-treinamento reforçador.
  • Para quem reportou corretamente, reconhecimento público ou simbólico (gamificação). 

Passo 6: Acompanhamento e reciclagem

  • Repetir simulações com complexidades variadas (phishing direcionado, variações de tema).
  • Novos módulos de atualização (temas emergentes: deepfake, clones de WhatsApp, smishing, vishing).
  • Comunicação regular: boletins, alertas de ataques reais, mini quizzes mensais.
  • Mostrar resultados aos gestores: dashboards simples com indicadores.

Passo 7: Ajustes, evolução e escalonamento

  • Identificar áreas que apresentam dificuldade persistente e aplicar treinamentos personalizados.
  • Escalar o programa para novas unidades ou filiais.
  • Adicionar elementos criativos: jogos, desafios, campanhas internas, recompensas simbólicas.

Dicas práticas para aumentar a efetividade (truques do ofício)

  1. Comece com patrocínio da alta gestão
    Sem apoio do topo, o programa será percebido como “mais uma atividade de TI” e não ganhará adesão.
  2. Combine teoria e prática
    Conteúdo só + simulação só não bastam — o híbrido é mais eficaz. 
  3. Varie os cenários
    Não use sempre um mesmo tipo de e-mail. Inclua phishing interno, fornecedores, alertas falsos, phishing de documento, SMS, ligação (vishing). 
  4. Gamifique e celebre os acertos
    Pontos, prêmios simbólicos, quadro de “top repórteres”. Isso incentiva participação ativa.
  5. Não culpe — ensine
    É crítico que quem “falha” não seja exposto ou envergonhado. Use o momento para aprendizado, não castigo.
  6. Atualize-se frequentemente
    Phishing evolui rápido: IA, deepfake, engenharia social contextual. O programa precisa acompanhar as tendências emergentes.
  7. Integre controles técnicos
    Não coloque todo peso no humano. Use filtros de e-mail, autenticação multifatorial, sandboxing, escaneamento de links e anexos. 
  8. Mensure e mostre resultados
    Compartilhe com os gestores resultados positivos — redução de cliques, aumento de reportes, diminuição de incidentes. Isso ajuda a obter mais recursos.

Entenda como a inteligência artificial está sendo usada por cibercriminosos em ataques cada vez mais sofisticados.

Exemplos reais e estudos (inspiração + contextualização)

  • Harvard faz simulações de phishing com reporte voluntário para acostumar a comunidade acadêmica ao reconhecimento e resposta. 
  • Organizações que implementaram programas contínuos relatam queda de cerca de 60% em erros de phishing após alguns ciclos.
  • O SANS Institute recomenda fortemente que programas de conscientização incluam simulações como parte central do aprendizado.
  • Um dos estudos mais recentes propôs um sistema de alerta com explicações em tempo real de por que uma página ou e-mail é suspeito (“Explain, Don’t Just Warn”) — isso melhora a construção mental de detecção de phishing pelos usuários. 
  • Há pesquisas (2025) mostrando que jogos sérios (“serious games”) aplicados ao tema phishing elevaram o nível de consciência em cerca de 24% e a confiança em 30 %.

Esses cases servem para mostrar que o tema é ativo e inovador — um bom programa deve acompanhar essa evolução.

Direcionado ao líder: como você pode orquestrar o programa

Você, líder de TI, segurança ou gestor responsável, tem um papel central no sucesso desse programa. Aqui vão orientações focadas em quem vai liderar:

Primeiros passos

  • Apresente uma proposta de valor ao comitê executivo: explique os riscos, custos evitáveis e retorno esperado.
  • Busque um piloto inicial (por área, departamento ou unidade) com faixa de 50–200 pessoas, para testar abordagem e demonstrar.
  • Escolha uma ferramenta ou parceiro de confiança — hoje há plataformas SaaS de conscientização, simulação e métricas.

Capacite sua equipe

  • Treine a equipe de segurança/infra para acompanhar simulações, interpretar métricas e atuar rapidamente sobre os resultados.
  • Defina papéis: quem gerencia campanhas, quem adapta conteúdo, quem faz comunicação interna.

Orçamento e recursos

  • Reserve verba anual ou semestral para licenças, produção de conteúdo, horas de TI e premiações simbólicas.
  • Em empresas menores, parte do conteúdo pode ser adaptado de materiais públicos (CISA, NCSC, orientações de agências), reduzindo custo.

Cultura organizacional

  • Faça da segurança um tema visível: comunicados, cases internos de “quase incidentes”, painéis na intranet.
  • Incentive líderes de outras áreas (RH, compliance, finanças) a promoverem o programa em suas equipes.

Sustentação e escalabilidade

  • Evolua o programa: use testes mais sofisticados (spear phishing, contexto interno, campanhas de smishing/vishing).
  • Periodicamente revise metas, melhore conteúdo e incorpore feedback dos colaboradores.
  • Escale para todas as unidades, replicando a metodologia com ajustes regionais.

Conclusão: como começar hoje

Um programa de conscientização anti‑phishing é muito mais do que um módulo de treinamento isolado — é um motor de transformação cultural e de mitigação real de risco. Se você ainda não tem um, você pode começar assim:

  1. Proponha um piloto com 1 departamento ou unidade interessada
  2. Execute um diagnóstico inicial + simulação-base
  3. Treine esse grupo com conteúdo interativo
  4. Realize simulação, feedback e mensuração
  5. Apresente os resultados à liderança
  6. Escale para toda a empresa com ajustes

Com constância, comunicação criativa e suporte da alta gestão, você construirá uma linha de defesa humana que complementa seus controles técnicos e reduz consideravelmente a superfície de ataque da organização.

Se a sua empresa ainda não sabe por onde começar ou precisa de apoio especializado, a TND Brasil pode ajudar. Temos experiência em apoiar líderes de TI na construção de programas de segurança da informação eficazes, incluindo estratégias de conscientização anti-phishing totalmente personalizadas para o seu ambiente corporativo.

Conte com a TND Brasil para desenhar, implementar e acompanhar ações que realmente aumentem a maturidade da sua equipe em segurança da informação. Fale com a gente e descubra como podemos ajudar a proteger o ativo mais vulnerável da sua organização: as pessoas.

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