Outubro é o Mês da Conscientização em Cibersegurança, um movimento global que reforça a importância da proteção digital dentro das organizações. A cada semana, aqui no blog da TND Brasil, estamos abordando temas fundamentais para fortalecer a postura de segurança das empresas e engajar times de TI e colaboradores em práticas seguras.
Se no primeiro post falamos sobre a importância de um programa de conscientização anti-phishing, hoje vamos aprofundar outro tema essencial: a troca regular de senha e o uso da autenticação de múltiplos fatores (MFA) — duas medidas simples, mas extremamente eficazes para reduzir riscos de invasões, vazamentos e acessos não autorizados.
Por que apenas uma senha não é suficiente
A senha ainda é o método de autenticação mais comum no mundo corporativo, mas também é um dos mais frágeis. Senhas fracas, reutilizadas ou antigas são um prato cheio para cibercriminosos que exploram vazamentos, ataques de dicionário e engenharia social para obter acesso indevido.
Mesmo que uma senha pareça forte, se ela estiver em uso há muito tempo, pode já ter sido exposta em algum vazamento sem que o usuário saiba. É por isso que a troca regular de senhas deve ser uma política obrigatória dentro das empresas.
A importância da troca regular de senha
A troca periódica de senhas é uma medida preventiva que reduz o tempo de exposição de credenciais comprometidas. Quanto menor for o tempo de validade de uma senha, menor será a janela de oportunidade para um atacante explorá-la.
Benefícios da troca regular de senha:
- Limita o tempo de exposição: mesmo que uma senha seja vazada, ela se tornará inválida em pouco tempo.
- Impede reutilização de credenciais: colaboradores são forçados a criar novas combinações, o que reduz o risco de padrões previsíveis.
- Estimula a cultura de segurança: a prática reforça a importância da proteção de dados e da atenção constante.
Boas práticas para troca de senhas:
- Atualize suas senhas a cada 60 a 90 dias.
- Use no mínimo 12 caracteres, incluindo letras, números e símbolos.
- Evite repetições ou variações simples (como “Senha2025”, “Senha2026”).
- Use um gerenciador de senhas corporativo para armazenar combinações complexas.
A troca das senhas padrão das aplicações
Outro ponto crítico que muitas empresas negligenciam é a troca das senhas padrão de sistemas, equipamentos e aplicações corporativas. Muitos fabricantes definem logins e senhas genéricas de fábrica — como admin/admin, root, 1234 ou password — que são amplamente conhecidas e facilmente encontradas em listas públicas na internet.
Manter essas credenciais ativas após a instalação é como deixar a porta da empresa destrancada e pendurar um aviso com o horário que ninguém estará por perto. Diversos ataques bem-sucedidos começam justamente por esse descuido: dispositivos como firewalls, roteadores, impressoras, câmeras IP, painéis administrativos de aplicações web e até consoles de servidores são invadidos simplesmente porque mantêm as configurações originais.
💡 Assista ao vídeo abaixo e veja um exemplo prático sobre por que é tão importante alterar senhas padrão e o que pode acontecer se isso não for feito.
Além do risco direto de invasão, manter senhas padrão também pode gerar não conformidade com normas de segurança, como a LGPD, que exigem controles de acesso adequados. Um atacante que encontre um dispositivo com senha padrão pode usá-lo como porta de entrada para toda a rede corporativa, escalando privilégios e comprometendo dados sensíveis.
Por isso, é essencial que, logo na configuração inicial de qualquer solução, o time de TI substitua as credenciais padrão por senhas fortes e exclusivas. Essa prática deve ser parte do checklist de implantação de qualquer ativo digital — desde notebooks e servidores até aplicações SaaS e equipamentos de rede.
Além disso, é recomendável documentar essa troca e armazenar as novas credenciais de forma segura — preferencialmente em um cofre de senhas corporativo, com controle de acesso e registro de auditoria. Assim, a empresa garante rastreabilidade, evita o compartilhamento indevido de senhas e reforça sua postura de segurança.
Essa prática simples evita que invasores explorem vulnerabilidades conhecidas, reduz riscos de ataques automatizados e garante que cada sistema tenha um nível de proteção adequado à sua criticidade. Pequenas ações como essa representam uma diferença enorme na prevenção de incidentes e demonstram maturidade na gestão de segurança da informação.
Autenticação de dois fatores (2FA) e autenticação multifator (MFA): uma barreira poderosa contra invasões
Mesmo com senhas fortes e atualizadas, o risco de vazamento ainda existe. É aqui que entram a autenticação de dois fatores (2FA) e a autenticação multifator (MFA) — camadas adicionais de segurança que impedem que um invasor acesse sistemas críticos apenas com a senha.
A 2FA exige dois fatores distintos de verificação: normalmente algo que o usuário sabe (a senha) e algo que ele tem (um token, aplicativo autenticador ou chave física). Já a MFA vai além, podendo incluir também algo que o usuário é (biometria) ou outros fatores, como geolocalização ou comportamento de acesso.
Essas abordagens criam um processo de autenticação robusto, no qual cada camada adicional reduz drasticamente as chances de acesso não autorizado — mesmo em casos de phishing, vazamentos de senhas ou roubo de credenciais.
Métodos mais comuns de autenticação 2FA e MFA:
- Aplicativos autenticadores (Google Authenticator, Authy, Microsoft Authenticator)
- Códigos via SMS (menos seguros, mas ainda úteis como camada extra)
- Chaves de segurança física (tokens) – Um exemplo é o FortiToken da Fortinet.
- Biometria (impressão digital, reconhecimento facial)
- Autenticação via push notification (aprovação em aplicativo móvel)
- Comportamento de uso ou localização (métodos avançados usados por soluções de identidade corporativa)
Benefícios da 2FA e MFA para empresas:
- Reduzem em até 99% as chances de invasões automatizadas.
- Bloqueiam tentativas de acesso indevido, mesmo que a senha seja descoberta.
- Aumentam a segurança de e-mails corporativos, VPNs, sistemas ERP e aplicações em nuvem.
- Demonstram conformidade com normas de segurança e boas práticas de governança.
- Reforçam a confiança de clientes e parceiros, mostrando comprometimento com a proteção de dados.
Implementando políticas de senha e MFA na sua empresa
A segurança começa com a definição de políticas claras e com o engajamento de todos os colaboradores. Veja como estruturar essas práticas:
- Defina uma política corporativa de senhas com prazos de validade e regras de complexidade.
- Implemente autenticação multifator (MFA) em todos os sistemas críticos (e-mail, VPN, ERP, cloud, etc.).
- Treine seus colaboradores para reconhecer riscos e entender a importância do MFA.
- Use um gerenciador de senhas corporativo com suporte a múltiplos fatores de autenticação.
- Monitore acessos e tentativas de login suspeitas regularmente.
Superando resistências e promovendo adesão
Alguns colaboradores podem considerar a troca frequente de senha ou o uso do MFA como incômodo. No entanto, é essencial reforçar que a segurança da informação é uma responsabilidade compartilhada. Pequenas ações do dia a dia podem evitar grandes incidentes.
Promova campanhas internas, mostre exemplos de ataques reais e destaque os ganhos de proteção e continuidade dos negócios. Quanto mais consciente for o time, mais segura será a empresa.
Conclusão: segurança é uma jornada contínua
A troca regular de senhas, a troca das senhas padrão e a autenticação multifator (MFA) são práticas básicas, mas que fazem enorme diferença na proteção das empresas. Quando combinadas, criam uma barreira quase intransponível para os atacantes.
Neste mês de conscientização em cibersegurança, aproveite para revisar suas políticas internas e avaliar o nível de proteção dos acessos corporativos. Lembre-se: investir em segurança da informação não é custo — é garantir a continuidade e a reputação do seu negócio.
Dica extra: Quer saber mais sobre como proteger seus acessos corporativos? Leia também nosso artigo 4 vantagens de um centralizador de acessos para sua empresa e veja como essa solução pode simplificar o controle e fortalecer a segurança digital.