No keynote do Symantec Vision realizado na semana passada em São Paulo, o CEO da companhia, Steve Bennett, apresentou uma análise realizada sobre uma lista em torno de mil senhas de maior frequência de uso, onde concluiu que algumas como “admin123” e “a1b2c3d4” chegaram a alcançar a faixa de 91%. Com esse resultado, Bennett apontou no evento para que os executivos comecem direcionar a ideia de reinventar uma nova política de segurança da informação com relação à gestão de identidades de acesso tanto na visão de clientes corporativos quanto da indústria de Tecnologia da Informação.
No cargo desde julho do ano passado e em sua primeira visita ao Brasil, Bennett destacou os pontos estratégicos da Symantec para os próximos anos: Segurança Unificada, Information Fabric e Gestão de Identidade.
Com a Segurança Unificada, o objetivo é melhorar a gestão e o controle de dispositivos, que de acordo com Bennett, “Temos clientes que não são grandes, mas possuem 50, 60 end points para serem protegidos e gerenciados. A gestão se torna um problema além da segurança. A indústria está presa e precisa ser gerenciada”.
No caso da Information Fabric, trata-se de uma estrutura da própria Symantec com um time voltado à integração das soluções de segurança da empresa com outras propriedades de tecnologia existentes no mercado, onde Bennett relata, “Nossos engenheiros extraem metadados de todas as fontes da empresa e vão integrando-os com outras fontes, não só com as soluções da Symantec, para dar uma visão 360° de todas as informações que circulam na companhia”. O lançamento destas duas novas estratégias está previsto para o início de 2014.
Já a Gestão de Identidade, relacionada à gestão de perfis de acesso, é a mudança propriamente dita pela qual a indústria e o mercado de segurança estão passando em função da quantidade de informação que circulará entre dispositivos pessoais e corporativos conectados 100% do tempo e conexão com a internet.
Sobre recente pesquisa do Gartner, que indicou a elevação de 1,2 zetabytes para 40 zetabytes de dados em circulação do mundo no período entre 2010 e 2020, e em torno de 30 bilhões de dispositivos conectados para os próximos sete anos, Bennett cita e argumenta com dados levantados pela Symantec, “Nesse universo, os ataques ficam mais sofisticados. No ano passado, houve aumento de 42% nos ataques direcionados. A cada brecha, 604 mil identidades são expostas”. A estimativa de custo do cibercrime alcança US$ 113 bilhões, com aumento a cada ano em torno de R$ 3 bilhões.
Bennett é categórico com relação à necessidade de mudança na indústria para simplificar a gestão de um grande volume de informações e amenizar o impacto no trabalho dos CIOs, como também facilitar a vida dos usuários finais, e ressalta “Não estamos falando de números, estatísticas. Estamos falando de pessoas. Quem aqui já foi surpreendido com uma ligação dizendo que você gastou 3 mil dólares da Apple Store? Eu já”, e conclui, “Precisamos reinventar e reimaginar como as identidades são geridas. Isso vai afetar todas as empresas, inclusive fornecedores de tecnologia”.