Essa é uma das maiores mudanças realizadas na web até hoje. Isso significa que tanto pessoas físicas ou jurídicas poderão controlar esse tipo de domínio que até então era permitido apenas a organizações relacionadas à infraestrutura da internet e instituições governamentais.
Essas mudanças tornarão os endereços de sites na internet mais intuitivos, como por exemplo, “prefeitura.rio”, “saopaulo.pizza” e “mpb.music”, contudo podem aumentar os problemas com fraudes, onde algumas terminações aprovadas foram indicadas pela Icann como sendo de alto risco: “.credit”, “.shop” e “.discount”.
Com a alegação de que as justificativas eram insuficientes para aprovação das novas terminações e consequentemente os novos sites poderiam causar dano à reputação das marcas e gerar custo alto, a Dell, HP e Samsung unidas a outras 84 empresas, tentaram impedir tais mudanças.
De acordo com Rob Hall, diretor da empresa canadense Momentous, que solicitou quatro terminações, a Icann cobra US$ 185 mil para analisar um pedido em que acrescidas as exigências técnicas e jurídicas, atinge uma gasto total para cada domínio em torno de US$ 700 mil. O custo da manutenção gira em torno de US$ 150 mil por ano.
“Não sabemos se todas serão exitosas [financeiramente], mas essa não deixa de ser uma boa oportunidade”, comenta Hall. Os seus pedidos incluem “.sucks”, considerada de alto risco, e “.rip”, que a ideia é ser usada em sites que homenageiam mortos.
Os sufixos aprovados que passaram para a fase de contratação estarão no ar até o fim de 2013 e começo de 2014, de acordo com uma ordem feita através de sorteio.
Empresas brasileiras como Bradesco, Itaú, Globo, Vivo, Ipiranga, Natura e UOL, como também o NIC.br, órgão que supervisiona a WEB no Brasil, fizeram o pedido de inclusão de: “.ltda”, “.final”, “.bom” e da prefeitura carioca ”.rio”.
E somente o Google solicitou 101 requisições como: “.web”, “.blog” e “.youtube”.
Rodrigo de la Parra, vice-presidente da Icann para América Latina, comenta que “É algo importante para a inovação. Dá às companhias oportunidades competitivas e, aos usuários, de identificação.”
Para Demi Getschko, diretor do NIC.br, os novos domínios são dispensáveis. Diz que “Ninguém nunca deixou de criar um site por não existir um sufixo que não fosse de seu gosto ou que não representasse sua ideologia. Isso acaba gerando ruídos e conflitos, como foi o caso da Amazon”, diz, citando o exemplo da terminação requerida pela varejista americana, que provocou protestos de países amazônicos, incluindo o Brasil, e por esse motivo o resultado de sua análise foi adiado.