Mesmo que a computação em nuvem (cloud computing) tem demonstrado ser eficiente e econômica para ambientes computacionais que exigem maior processamento e armazenamento de dados tanto para pequenas quanto para grandes empresas, há uma cautela entre os CEOs (Chief Executive Officer – gestores executivos de negócios) e CIOs (Chief Information Officer – gestores de tecnologia da informação-TI) a ser tomada com cuidado para se conhecer melhor realmente quais são as suas necessidades e planejar o processo de migração, quando houver, entre o ambiente de rede local e em nuvem.
Segundo Élcio Zaninelli, diretor de infraestrutura da consultoria de tecnologia CGI, é importante que o CIO seja capaz de demonstrar para a empresa quais são os benefícios trazidos pela nuvem, além de reduzir os custos com TI e quais as formas de se usar essa tecnologia para melhorar os negócios da empresa.
Zaninelli afirma que “Os CEOs não entram em detalhes técnicos, e nem querem fazer isso, mas esperam que a empresa que oferece esse tipo serviço e o CIO que está apresentando a proposta à direção da empresa sejam capazes de fazer uma conexão da TI com o negócio principal da empresa”.
No final de 2012 foi publicado um estudo da consultoria de TI Capgemini, chamado de Business Cloud: The State of Play Shifts Rapidly – Nuvem de Negócio: A Situação Modifica-se Rapidamente, onde avaliou-se que em 45% dos casos analisados as decisões para migração ao ambiente em nuvem foram tomadas por gerente de negócios aproximando-se do percentual dos executivos em TI que foi de 46%, em favor da nuvem. Com isso, acredita-se que a tendência sobre as decisões em relação à computação em nuvem aponta que estarão nas mãos dos gestores de negócios.
Apesar do envolvimento dos executivos de negócios para a definição e contratação dos serviços de computação em nuvem ser muito forte, não diminui a importância do CIO e equipe de TI na tomada de decisões.
Além de conhecer detalhadamente o projeto técnico do modelo de migração para a nuvem, a equipe de TI deve qualificar e capacitar seus colaboradores para atuar de forma eficiente nas linguagens e softwares que serão adotados, afirma o professor de engenharia e lógica da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Marinaldo Santos. “O processo de qualificação começa pelo CIO, que deve ser capaz de estudar as alternativas oferecidas pelo mercado e, depois, transferir conhecimento e treinar toda a equipe de TI. Do contrário, é possível que a empresa desfrute apenas uma parte das possibilidades da nuvem”, diz Santos.
Para Marinaldo Santos, os gestores de TI e os de negócios devem observar quais as informações que uma migração para nuvem poderá gerar para a área de Business Intelligence (BI) e ainda destaca que “Um dos desdobramentos na nuvem é o que chamamos de big data, ou seja, o armazenamento e a análise de grandes volumes de dados. Um exemplo clássico desse recurso é o que permitiu, por exemplo, às empresas de varejo do Reino Unido descobrir que, em dias de sol, os consumidores compram mais sanduíches e refeições rápidas para viagem, enquanto, em dias de frio, consomem mais bolos e chá. Sabendo disso, as lojas passaram a mudar suas vitrines de acordo com o clima”.
Pode-se concluir que a computação em nuvem gera uma transformação na TI, onde empresas de pequeno, médio e grande porte melhoram as operações, a qualidade e a inteligência dos negócios e concomitantemente reduzem custos de forma a se destacar mediante a concorrência.