Hackers atacaram o sistema do Tribunal Regional Federal da 3ª Região. Todos os serviços do tribunal estão indisponíveis.
A torre de 25 andares, na Avenida Paulista, abriga o maior Tribunal Regional Federal do país. Os 43 desembargadores cuidam desde ações criminais até previdenciárias nos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul.
Na tarde desta quarta-feira (30), a Corte parou. O primeiro aviso indicava que vários sistemas estavam indisponíveis.
Horas depois, o TRF-3 confirmou que tinha sido vítima de um ataque cibernético que tornou indisponíveis todos os serviços prestados pelo tribunal, o que inclui audiências e julgamentos. A nota destaca que não houve comprometimento dos dados armazenados.
Em janeiro de 2021, o TRF-3 já tinha sofrido um ataque hacker. A investigação da Polícia Federal identificou dois responsáveis. Os homens, que, em 2021, invadiram o sistema de processos eletrônicos do tribunal, conseguiram adulterar documentos, inclusive um parecer do Ministério Público, e até se colocaram como beneficiários de pagamentos em dois processos de R$ 800 mil. Os hackers foram condenados à prisão. A Polícia Federal já começou a investigar o ataque desta quarta ao TRF-3.
O especialista em segurança digital Hiago Kim, presidente da Associação Brasileira de Segurança Cibernética diz que desligar todo o sistema, como fez o TRF-3, é o melhor caminho para evitar um dano maior.
“Esse tipo de ataque geralmente interessa a grandes grupos organizados que sequestram dados e informações e acabam vazando esses dados para a população ou quadrilhas que negociam dados e vendem informações pessoais. Então, a primeira medida a ser tomada sempre é desligar a infraestrutura para conseguir dimensionar e até entender como funcionou a dimensão e a extensão do ataque”, explica.